Antiga presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários defende a criação de um regulador único de supervisão financeira

por Antena 1

Gabriela Figueiredo Dias, Presidente do International Ethics Standards Board for Accountants (IESBA), com sede em Nova Iorque, defende a criação de um supervisor financeiro único.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, a antiga responsável da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) considera que uma junção, sem perda de independência e autonomia entre Banco de Portugal, CMVM e Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) poderia trazer mais coerência e mais capacidade ao regulador, evitando, nomeadamente, sobreposições de competências. Gabriela Figueiredo Dias lembra que já há muitos países onde isso acontece e com sucesso, e salienta que a Europa está a propor um reforço da supervisão e, por isso, acredita que mais cedo ou mais tarde esse será mesmo o caminho. Enquadra este passo também naquela que deve ser a reação da Europa ao que está a acontecer nos EUA. Diz mesmo que a Europa só tem uma hipótese: "reforçar a sua liderança". E isso só e possível com uma consolidação ainda maior. Dá como exemplo o que está a acontecer na SEC (Supervisor Securities and Exchange Commission) onde considera que há um risco verdadeiro de desestruturação do sistema. E, acrescenta, conflito de interesses na relação Trump/Musk. A estas ameaças, a Presidente da IESBA diz que a Europa tem de responder de forma coesa e com uma liderança muito forte. A propósito dos casos de corrupção que tocam no Estado e nos seus agentes, em vários níveis da Administração Publica e das instituições, a Presidente do IESBA defendeu a criação uma entidade, independente que pudesse exercer um escrutínio e um aconselhamento. Gabriela Figueiredo Dias lembra que há princípios éticos que transcendem a lei e que devem ser igualmente acautelados. Sobre a iniciativa apresentada esta semana pelo Governo, de criar um núcleo dedicado à realização de auditorias regulares vocacionadas para a prevenção da corrupção no âmbito da Inspeção geral das Finanças, Gabriela Figueiredo Dias diz que é importante, mas não é suficiente. Uma entrevista conduzida por Rosário Lira, da Antena 1, e Leonor Mateus Ferreira, do Jornal de Negócios.
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